segunda-feira, 2 de maio de 2016

ANGÚSTIA versus LIBERTAÇÃO

Muitas vezes a história (quer de indivíduos quer de povos) tem demonstrado que, momentos de grande tensão, angústia e até de algum desespero, têm PRECEDIDO momentos de grande libertação! A história bíblica está cheia desses exemplos (mencionarei apenas alguns):

- comecemos pelo princípio: quando Adão e Eva pecaram, "ondas" de grande angústia começaram a invadir os seus corações e almas, o ambiente no próprio jardim do Éden começou a parecer-lhes diferente e o seu próprio comportamento mudou radicalmente (ver: EGW, Patriarcas e Profetas, nova edição da Publicadora Servir, pág. 34). E quando finalmente ouviram a voz de Deus ecoar pelo jardim, essa angústia pareceu-lhes atingir o seu clímax! Para eles só havia uma "solução": fugir de Deus! E foi o que fizeram - fugiram da presença do Único que lhes poderia trazer esperança! Contudo, Deus foi ao encontro deles e quando eles pensaram que tudo estava perdido e que não haveria nenhuma outra solução para eles a não ser a predita e anunciada morte (eterna), eis que eles ouvem Deus dirigir-se à serpente e fazer-lhe um tipo de declaração de guerra (Génesis 3:15), anunciando que Alguém viria a este mundo e iria ferir mortalmente a cabeça da serpente! Por outras palavras, era como se Deus estivesse a dizer à serpente (satanás): conseguiste enganar a Eva e a Adão, levando-os assim à derrota, mas virá Alguém lutar contigo e vencer-te-á! Quando Adão e Eva ouviram isso, certamente que um enorme raio de esperança iluminou os seus despedaçados e angustiados corações! A extrema angústia por que eles passaram PRECEDEU o anúncio da maior libertação jamais anunciada à Humanidade - o plano da salvação!

- quando Jacó soube, através dos seus mensageiros, que o seu irmão Esaú vinha ao seu encontro com quatrocentos homens (Génesis 32:6), diz o texto bíblico que "então, Jacó teve medo e se perturbou" (v. 7). Contudo este momento de grande angústia na vida de Jacó (talvez o pior de todos, porque ele temeu não apenas pela sua própria vida, mas igualmente pela vida das suas mulheres e filhos - ver versículo 11), PRECEDEU a mais sublime experiência da sua vida - a sua inteira conversão ao Senhor, a experiência da salvação (pois ele próprio disse: "Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva" - v. 30), experiência essa que lhe valeu um novo nome - Israel (v. 28) - nome esse que iria ter um profundo valor simbólico em toda a restante história bíblica do povo de Deus.

- quando o povo de Israel, depois de ter saído do Egito (dirigindo-se para sul, ao longo do mar Vermelho), se encontrava numa posição aparentemente sem saída - porque tinham uma cordilheira pela frente, o enormíssimo deserto do Sara do seu lado direito, o mar Vermelho do seu lado esquerdo e o exército egípcio atrás deles - diz o texto bíblico que eles "temeram muito" (Êxodo 14:10). Contudo, essa extrema angústia deles PRECEDEU uma enorme libertação - a passagem a seco pelo mar Vermelho! Moisés, pela fé, previu essa libertação, ao anunciar isto ao povo: "Moisés, porém, respondeu ao povo: Não temais; aquietai-vos e vede o livramento do SENHOR que, hoje, vos fará; porque os egípcios que hoje vedes, nunca mais os tornareis a ver" (Êxodo 14:13).

- quando, depois dos assírios (liderados pelo seu rei Salmaneser) terem conquistado Samaria (a capital do reino do norte) no ano 722 a. C. (2 Reis 18:9-12), cerca de oito anos depois um outro rei assírio, Senaqueribe, "subiu... contra todas as cidades fortificadas de Judá e as tomou" (2 Reis 18:13). Os assírios tinham conquistado todo o reino do norte e praticamente todo o reino do sul - só faltava a cidade de Jerusalém. Quando ele pensava que a conquista de Jerusalém "eram favas contadas" e, por isso, afrontou o rei Ezequias e, pior do que tudo, o próprio Deus (2 Reis 18:19-37), eis que, numa só noite, o "Anjo do SENHOR" matou todos os soldados do exército de Senaqueribe - cento e oitenta e cinco mil homens (2 Reis 19:35-36). O ponto importante que quero salientar, uma vez mais, é que, essa grande libertação (da ameaça REAL do exército assírio) FOI PRECEDIDA de um momento de grande angústia (de Ezequias e de todo o povo de Jerusalém – 2 Reis 19:3).

- quando este mundo chegou ao ponto mais baixo de degradação espiritual e moral, procurando satanás tudo fazer para que Jesus desistisse de vir a este mundo (ver: EGW, O Desejado de Todas as Nações, nova edição da Publicadora Servir, pág. 25), eis que, no momento certo, no tempo fixado pelo próprio Céu (isto é, sem ter havido qualquer atraso!), na "plenitude do tempo, Deus enviou o Seu Filho, nascido de mulher (o tal "descendente" predito em Génesis 3:15 que haveria de vir vencer satanás, no próprio terreno deste)" (Gálatas 4:4). Quando o mundo estava mergulhado na mais profunda angústia, eis que surge na cena da história humana Aquele que "veio buscar e salvar o que se havia perdido" (Lucas 19:10). Uma vez mais, a consumação de uma grande libertação PRECEDEU um tempo de grande angústia!

- e como será no final da história humana? A Bíblia afirma perentoriamente que "um tempo de angústia qual nunca houve" (Daniel 12:1) PRECEDERÁ a maior de todas as libertações trazida pelo plano da redenção - a vinda gloriosa do nosso Senhor Jesus Cristo ("a bendita esperança" (Tito 2:13) de todo o crente).

Por que é importante nos recordarmos destes exemplos da história bíblica? Por uma razão muito simples: porque aquilo que se passou no passado com indivíduos e povos, pode muito bem suceder (e sucede frequentemente!) a cada um de nós HOJE, a saber, um momento de grande angústia pelo qual possamos estar ou vir a passar PODE MUITO BEM SER O INDÍCIO DE QUE UMA GRANDE LIBERTAÇÃO ESTARÁ PARA CHEGAR ÀS NOSSAS VIDAS!

Salomão escreveu isto: "O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Não! Já foi nos séculos que foram antes de nós!" (Eclesiastes 1:9-10).

Pensemos e meditemos sobre isto e acima de tudo não fujamos (como fizeram Adão e Eva) do Único que nos pode trazer essa mesma libertação!

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