segunda-feira, 25 de abril de 2016

"AS MELHORAS DA MORTE"

Lembro-me de, durante a minha adolescência e início de juventude, ter ouvido algumas vezes o emprego desta expressão - "as melhoras da morte" - quando alguém se referia a uma pessoa que estava gravemente enferma, e que depois tinha uma (pelo menos aparente) boa recuperação (ou melhoras), para, logo a seguir, falecer, quando já ninguém esperava tal desfecho.

Lembro-me igualmente que eu, na minha mente, relativizava grandemente essa expressão, para não dizer que era completamente cético quanto à veracidade do seu conteúdo, por a relegar para o domínio das crendices populares...

Até que, eu próprio, durante a minha formação em enfermagem, e sobretudo depois, no pleno exercício da profissão de enfermeiro, vi com os meus próprios olhos, alguns destes casos de... "melhoras da morte"! E como contra factos não há argumentos, tive, obviamente, de rever o que eu próprio cria em relação ao significado dessa "misteriosa" frase!

Hoje, e desde há já muitos anos, que eu acredito que essa expressão reflete, na verdade, uma REALIDADE - não, obviamente, em relação a todos os casos de pessoas que acabam por falecer, mas relativamente a algumas delas.

E a minha EXPLICAÇÃO PESSOAL (que, por ser pessoal, isto é, não claramente baseada na Revelação, é, obviamente, RELATIVA e, por isso, REFUTÁVEL), é esta: essas "melhoras da morte" são um tempo de Graça "extra", ou melhor, A ÚLTIMA OPORTUNIDADE que Deus oferece à pessoa que está para falecer para que ela, nesse momento de MAIOR LUCIDEZ MENTAL, possa tomar a sua DECISÃO FINAL (a favor ou contra a oferta graciosa de Cristo), caso ainda não a tenha tomado antes! E, claro está, essa sua decisão final irá DETERMINAR O SEU FUTURO ETERNO: se há de usufruir da VIDA ETERNA ou se, pelo contrário, irá morrer a SEGUNDA MORTE, da qual não haverá mais retorno ou ressurreição!

Eu, pessoalmente, TAMBÉM CREIO, que o mundo irá viver um tipo de "melhoras da morte", antes de sucumbir totalmente à morte, morte essa que ocorrerá nos momentos que precederão a segunda vinda gloriosa de Cristo, isto é, durante o derramamento das sete últimas pragas, mencionadas em Apocalipse 16. E se, para as "melhoras da morte" de um qualquer indivíduo, eu não tenho forma de o poder provar biblicamente (pelo menos até agora não encontrei tais provas), quanto às "melhores da morte" do mundo (da sociedade, e não do planeta terra em si), creio ter essas mesmas provas bíblicas! Mas vocês serão os meus próprios juízes:

O apóstolo Paulo, referindo-se aos tempos que PRECEDERÃO a "repentina destruição", diz que alguns (ou muitos?) andarão "dizendo: Paz e segurança" (1 Tessalonicenses 5:3)! Pensem nisto por um pouco: vocês acham mesmo que os homens andarão dizendo "Paz e segurança", sem que haja NENHUNS MOTIVOS para substanciar tão OUSADA AFIRMAÇÃO? Eu, muito sinceramente, CREIO QUE NÃO!

Ou seja, EU CREIO que haverá (no futuro) um momento na história deste mundo em que, aparentemente (digo bem: APARENTEMENTE), o mundo parecerá estar numa condição como NUNCA ESTEVE ANTES, na sua história! Ou seja, parecerá que o mundo nunca esteve tão bem como antes!

E esses momentos CORRESPONDERÃO, sem dúvida, ao momento em que estas palavras do Senhor Jesus atingirão o seu CABAL CUMPRIMENTO: "Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos. O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, COMPRAVAM, VENDIAM, PLANTAVAM e EDIFICAVAM; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar." (Lucas 17:26-30; minha ênfase em maiúsculas).

Conseguem notar um nítido PARALELISMO entre a passagem paulina de 1 Tessalonicenses 5:3 e esta passagem do evangelista Lucas? Reparem bem:

- Paulo escreveu que os homens andarão dizendo "Paz e segurança"; seguir-se-á a isso uma "repentina destruição" à qual "de nenhum modo escaparão" (1 Tessalonicenses 5:3);

- Jesus disse que "nos dias de Ló", "compravam, vendiam, plantavam e edificavam"; e seguiu-se a isso o quê? Isto: "choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos". E concluiu dizendo que "assim será no dia em que o Filho do homem se manifestar" (Lucas 17:28-30).

A destruição de Sodoma, com "fogo e enxofre" que "choveu do céu", foi precedida de "paz e segurança"? Parece que sim!

Tomem, por favor, em consideração, o que Ellen White escreveu sobre como decorria a vida em Sodoma, antes desta cidade ter sido destruída:

“Saía o Sol sobre a terra, quando Ló entrou em Zoar”. Génesis 19:23. Os brilhantes raios da manhã PARECIAM FALAR APENAS DE PROSPERIDADE E PAZ, ÀS CIDADES DA PLANÍCIE. Começou a agitação da vida ativa nas ruas; homens seguiam os seus vários caminhos, preocupados com os negócios ou os prazeres do dia. Os genros de Ló estavam divertindo-se à custa dos temores e advertências do velho, já de espírito enfraquecido. SÚBITA E INESPERADAMENTE, como se fora o estrondo de um trovão provindo de um céu sem nuvens, DESENCADEOU A TEMPESTADE. O Senhor fez chover do Céu enxofre e fogo sobre as cidades e a fértil planície; os seus palácios e templos, custosas habitações, jardins e vinhedos, e as multidões divertidas, à caça de prazeres, as quais ainda na noite anterior insultaram os mensageiros do Céu — tudo foi consumido. O fumo da conflagração subia como o fumo de uma grande fornalha. E o belo vale de Sidim tornou-se uma desolação, um lugar que nunca mais seria construído ou habitado — testemunha a todas as gerações da certeza dos juízos de Deus sobre os transgressores.

As chamas que consumiram as cidades da planície derramaram a sua luz de advertência, até mesmo aos nossos tempos. É-nos ensinada a lição terrível e solene de que, ao mesmo tempo em que a misericórdia de Deus suporta longamente o transgressor, há um limite além do qual os homens não podem ir no pecado. Quando é atingido aquele limite, os oferecimentos de misericórdia são retirados, e inicia-se o ministério do juízo." (Patriarcas e Profetas, pág. 110; minha ênfase em maiúsculas)
E como era a vida de aparente "prosperidade e paz" em Sodoma?

"Como a mais bela entre as cidades do vale do Jordão, achava-se Sodoma, situada numa planície que era “como o jardim do Senhor” (Génesis 13:10), pela sua fertilidade e beleza. Ali florescia a luxuriante vegetação dos trópicos. Ali era a terra da palmeira, da oliveira e da videira, e flores derramavam o seu perfume através de todo o ano. RICAS PLANTAÇÕES REVESTIAM OS CAMPOS, E REBANHOS E GADO COBRIAM AS COLINAS CIRCUNVIZINHAS. A ARTE E O COMÉRCIO CONTRIBUÍAM PARA ENRIQUECER A ORGULHOSA CIDADE DA PLANÍCIE. OS TESOUROS DO ORIENTE ADORNAVAM OS SEUS PALÁCIOS, E AS CARAVANAS DO DESERTO TRAZIAM OS SEUS ABASTECIMENTOS DE COISAS PRECIOSAS PARA LHE SUPRIR OS MERCADOS. COM POUCA PREOCUPAÇÃO OU TRABALHO, TODA A NECESSIDADE DA VIDA PODIA SER SUPRIDA, E O ANO INTEIRO PARECIA UM CICLO DE FESTAS.

A profusão que reinava por toda a parte deu origem ao LUXO E AO ORGULHO. A OCIOSIDADE E A RIQUEZA tornam endurecido o coração que nunca foi oprimido pela necessidade ou sobrecarregado de tristeza. O AMOR AO PRAZER ERA FAVORECIDO PELA RIQUEZA E LAZER, E O POVO ENTREGOU-SE À SATISFAÇÃO SENSUAL." (Idem, pág. 105; minha ênfase em maiúsculas)

Se Jesus disse que "assim como foi... nos dias de Ló... assim será no dia em que o Filho do homem se manifestar" (Lucas 17:26, 28, 30), pergunto: podemos nós esperar ver um ESTADO DE COISAS no mundo, em geral, SEMELHANTE ao ESTADO DE COISAS que existiu na antiga cidade de Sodoma? Sim ou não? Claro que SIM!

E como podemos caracterizar a antiga cidade de Sodoma? Como uma cidade, onde:
- havia um ambiente que pressagiava apenas "prosperidade e paz", MESMO NO PRÓPRIO DIA em que ela foi destruída com "fogo e enxofre" que "choveu do céu";

- "toda a necessidade da vida podia ser suprida", ou seja, não faltava NADA, em termos materiais, porque "ricas plantações revestiam os campos", "rebanhos e gado cobriam as colinas circunvizinhas", "a arte e o comércio contribuíam para ENRIQUECER a orgulhosa cidade da planície" e "as caravanas do deserto traziam os seus abastecimentos de coisas preciosas para lhe suprir os mercados";

- devido a essa "profusão (ou "fartura de pão e próspera tranquilidade" - Ezequiel 16:49) que reinava por toda a parte", o "luxo" e o "orgulho", "a ociosidade e a riqueza", "o amor ao prazer", a "riqueza e lazer" conduziram aquele povo "à satisfação sensual".

Então, SE ACREDITAMOS nas palavras de Jesus, podemos ou não esperar um ESTADO DE COISAS SEMELHANTE ao da cidade de Sodoma, NO MUNDO, antes que sobrevenha a "repentina destruição" final, que ocorrerá após o término do tempo da Graça? Sem dúvida que SIM!

EGW também escreveu isto:
"Venha quando vier, o dia do Senhor virá de improviso aos ímpios. CORRENDO A VIDA A SUA ROTINA INVARIÁVEL; encontrando-se os homens absortos nos PRAZERES, NEGÓCIOS, COMÉRCIO e AMBIÇÃO DE GANHO; estando os dirigentes do mundo religioso a ENGRANDECER O PROGRESSO e ilustração [ou sabedoria; qualidade do que é ilustre] do mundo, e achando-se o povo embalado NUMA FALSA SEGURANÇA, então, como o ladrão à meia-noite rouba na casa que não é guardada, SOBREVIRÁ REPENTINA DESTRUIÇÃO aos descuidados e ímpios, e “de nenhum modo escaparão”. 1 Tessalonicenses 5:3-5. (O Grande Conflito, pág. 38; minha ênfase em maiúsculas)

Sim, amigos, no meio de um CAOS MORAL E ESPIRITUAL em que o mundo viverá (ver: 2 Timóteo 3:1-5), PRECISAMENTE ANTES do fechamento da porta da Graça, haverá, entre os "descuidados e ímpios" a sensação de que o mundo nunca esteve tão bem e, POR ISSO MESMO, muitos clamarão "paz e segurança", embalando assim "o povo" "numa falsa segurança"! E, de facto, material e economicamente falando, o mundo parecerá ter recuperado de uma TERRÍVEL CRISE ECONÓMICA E FINANCEIRA! Serão as... "melhoras da morte" deste mundo... que, contudo, já está... totalmente MORIBUNDO.

Sem comentários:

Enviar um comentário